São Paulo, quarta-feira, 29 de junho de 2011

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ENTREVISTA HENRY JENKINS

Tecnologia estende nossa comunicação

AUTOR COMENTA CRESCIMENTO DO ACESSO À REDE NO PAÍS E ESPECULA COMO ISSO PODE MUDAR A FORMA COMO O BRASILEIRO CONTA HISTÓRIAS

Divulgação
O pesquisador Henry Jenkins

AMANDA DEMETRIO
DE SÃO PAULO

Não são as belezas naturais do Rio de Janeiro que trazem o professor e pensador Henry Jenkins ao Brasil, e sim a forma como os brasileiros estão contando suas histórias com a ajuda da tecnologia.
Autor do livro "Cultura da Convergência", ele participará da 7ª edição do Descolagem, que ocorre no Rio, no próximo sábado. À Folha, ele falou sobre o impacto das novas tecnologias. Leia, abaixo, os principais trechos.

 

Folha - Como as novas tecnologias têm impactado a nossa vida?
Henry Jenkins -
Gosto de pensar no que estamos fazendo com as novas tecnologias: usando-as para aumentar nossa capacidade de comunicação. Estamos usando as novas tecnologias para compartilhar ideias com uma grande quantidade de pessoas.
Assim, para os que estão imersos nas mídias digitais, todas as transações da vida estão mudando, como resultado do que escolhemos fazer com essa extensão da nossa capacidade de comunicação.

O modelo transmídia, por meio do qual é possível contar histórias com o uso de vários meios, já é visto no Brasil?
Isso é parte do que eu quero aprender na minha viagem ao Rio. Já estive no Rio de Janeiro e em São Paulo e pude conhecer pessoas supercriativas na Rede Globo. Ainda tenho muito o que prender sobre a mídia aí, mas o que eu sei até hoje sugere que o Brasil está prestes a se tornar uma superpotência da mídia e da cultura pop.

No Brasil, o acesso à internet ainda não é para todos. Acha que vamos nos apropriar da rede de uma maneira diferente do que ocorreu nos EUA?
Temos combinado mídias diferentes para contar histórias durante toda a história da humanidade. No meu país, a internet tem sido peça-chave para a criação do processo transmídia, mas isso não quer dizer que ela tenha que ser o centro no Brasil.
Parte do que torna o Brasil um lugar interessante é que vocês têm práticas de cultura popular vibrantes que ainda fazem parte da rotina das cidades. Nos EUA, as práticas populares foram quase extintas com o crescimento das mídias de massa.
Então, enquanto o Brasil se torna mais on-line, é possível que a cultura digital tome outro formato, por causa da forte tradição popular.

Como a organização das pessoas em rede pode ajudar os países em desenvolvimento?
A comunicação em rede permite que as pessoas juntem recursos para o benefício de todos. Nós sempre tivemos redes sociais.
Em comunidades mais pobres, pessoas sobrevivem resolvendo problemas de uma maneira coletiva. Essas práticas têm muito em comum com o que vemos nas comunidades on-line.
Com um Brasil mais on-line, poderemos ter os mais pobres ensinando os mais ricos sobre como viver em uma economia de rede.

FOLHA.com
Leia a íntegra da entrevista
www.folha.com/te935540


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