Haru compartilha o otimismo de Maisa. Há 12 anos, quando escolheu seu nick, era comum que as meninas optassem por apelidos neutros "pra que as pessoas não saibam logo de cara que você é uma menina. Haru, por exemplo, pode ser masculino ou feminino e adotei também por conta disso. Mas, hoje em dia, não faz mais sentido isso, atualmente é muito difícil sofrer hating só porque você é uma mulher nos jogos. Agora é muito tranquilo, eu poderia usar meu nome, que é Claudia. Não vejo mais tanto sentido assim que a gente tenha tanto medo e tenha que se proteger o tempo todo. Acho que a força e a competência das mulheres gamers já foi mais do que provada, e a gente não precisa ficar batendo nessa tecla", diz Haru.
Esse ambiente mais favorável, criado pelas meninas dessa geração e das que vieram antes, colabora para avanços em outros tabus, como a menstruação. Tanto Maisa quanto Haru sabem que seus períodos menstruais são algo totalmente natural e acreditam que entender e dizer #eumenstruo é o melhor caminho para tratar do assunto. "Nem sabia o que era 'Chico', descobri recentemente", diz Maisa sobre o famoso eufemismo usado antigamente para evitar a palavra menstruação. "Sempre tratei menstruação como uma coisa natural, nunca tive vergonha". Haru é do mesmo time: "Sou muito tranquila em relação à minha menstruação, eu sei que é um processo natural. Eu inclusive gosto dela, são ciclos que eu percebo em mim mesma e gosto de prestar atenção neles".