A pesquisa de Hábitos de Consumo das Classes C e D da Superdigital, fintech do Santander, indica que em março, o consumo dos brasileiros caiu 4% em relação ao mês anterior. O levantamento é realizado mensalmente e busca traçar o perfil do consumidor dessas classes sociais.
Em termos setoriais, as maiores quedas registradas em março na comparação com fevereiro foram em restaurantes (-6%), lojas de roupas (-5%), transportes (-5%) e serviços (-4%). Enquanto isso, cresceram os gastos com diversão e entretenimento (32%), combustível (11%), drogaria e farmácia (10%) e supermercado (8%).
Segundo Luciana Godoy, presidente da Superdigital no Brasil, a pesquisa aponta que o movimento se deve, em parte, às famílias estarem mais em casa, por conta do distanciamento social imposto em boa parte do país.
“Mas podemos perceber que, além da sensível queda, houve uma mudança na forma de consumo, com uma migração relevante para itens mais necessários em casa e compras on-line. Além disso, pudemos ver outras mudanças de hábitos, como o aumento dos gastos com combustíveis e a queda dos gastos com transporte. Ou seja, as pessoas, em março reduziram o uso de transportes públicos e deram preferência ao automóvel”, diz.
Outro ponto a observar na pesquisa em março é que, além do aumento dos gastos em supermercados, a categoria esteve mais presente no orçamento dos brasileiros das classes C e D, com três pontos percentuais a mais. Enquanto que a participação de restaurantes caiu um ponto percentual.
Na análise do valor médio de cada compra no mês de março, houve um aumento nas categorias farmácia, prestadores de serviços e combustível, principalmente. Em contrapartida, os consumidores gastaram menos em hotéis e motéis, automóveis e veículos, restaurantes e transporte.
A pesquisa também reforça a tendência de queda nas compras físicas, dando mais espaço às compras on-line. Em categorias de consumo como transporte, telecomunicações, diversão e entretenimento e companhias aéreas mais da metade das transações é on-line.
Regiões
Ao analisar os dados por região, o maior recuo foi no Sudeste, que repetiu a tendência registrada no mês anterior, com recuo de 6%. A região Nordeste registrou queda de 4%, enquanto as regiões Norte e Sul apresentaram declínio de 1% cada. A única região que apresentou um pequeno crescimento foi o Centro-Oeste, com 1%.