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77% das pessoas esperam que marcas se mostrem úteis no combate à pandemia, diz Kantar

Imagem: Reprodução

As pessoas esperam que marcas se mostrem prestativas no combate ao coronavírus. Isso é o que aponta a pesquisa global “Covid-19 Barometer”, da Kantar, realizada em 30 países, incluindo o Brasil, que ouviu 25 mil consumidores. No levantamento, 77% dos entrevistados totais disseram esperar que marcas contem o que têm feito de útil neste momento. No Brasil, este número é ainda mais expressivo: 87%.

Mas há algumas armadilhas claras a serem evitadas nas ações de publicidade, segundo a Kantar. Para 75% dos respondentes no mundo (80% no Brasil), seria um erro explorar a crise para promover a marca. Além disso, 70% disseram que as marcas deveriam adotar um tom mais “tranquilizador” (78% no Brasil).

A maioria dos consumidores ouvidos (75%) acha que as marcas devem informar o público sobre seus esforços para combater a pandemia. Outro dado relevante é que o público prefere marcas que estão colocando seus funcionários em primeiro lugar, com 78% dos entrevistados pedindo que as empresas cuidem da saúde dos colaboradores.

Ações no Brasil e no mundo

Companhias que fabricam cosméticos, roupas e até montadoras de veículos têm mudado temporariamente o foco de sua atuação para produzir itens essenciais ao combate ao coronavírus. Com isso, essas marcas integram o esforço coletivo, prestando um serviço à sociedade, ao mesmo tempo que se posicionam e não param completamente suas atividades.

Veja casos:

Brasil: Embraer oferecerá tecnologia para hospitais

A Embraer deve colaborar com soluções tecnológicas adaptadas a equipamentos hospitalares. Entre as medidas está a fabricação de peças para ventiladores e respiradores e o desenvolvimento de sistemas de exaustão de ar para controle biológico, que podem converter leitos regulares em áreas de tratamento intensivo. A tecnologia de alta eficiência na absorção de partículas de ar já existe nas aeronaves e deve ser aplicada em hospitais. Além disso, a empresa deve produzir respiradores simples e portáteis de rápida implementação.

Brasil e EUA: Montadoras fabricam e consertam respiradores

Montadoras de automóveis instaladas no Brasil anunciaram ações de combate à pandemia. General Motors (GM), Citroën, Peugeot e Volkswagen foram as primeiras a apresentar projetos. A GM, por exemplo, lidera uma força-tarefa em conjunto com governo e outras entidades para consertar cerca de 3 mil respiradores. Nos Estados Unidos, a Ford Motor informou que realiza junto com a unidade de saúde da General Electric e com a 3M para acelerar a produção de ventiladores para pacientes e máscaras para profissionais da saúde.

Espanha e França: Perfumarias produzem álcool gel

Na Espanha, a fabricante de perfumes Puig — dona de marcas famosas como Carolina Herrera e Paco Rabanne — está produzindo álcool em gel para o governo distribuir no combate à Covid-19. Na França, a LVMH, líder mundial do mercado de luxo, detentora de marcas como Louis Vuitton, Dior ou Guerlain, também anunciou que vai produzir álcool gel. O produto será doado às autoridades francesas e a ação será mantida “o tempo que for necessário”, informou em nota.

América Latina: Natura foca em produtos de higiene pessoal

A Natura & Co vai converter temporariamente todas as suas linhas de produção de maquiagem e perfumaria na América Latina para fabricar apenas de itens de higiene pessoal, incluindo álcool gel e líquido. “Prosseguir com a produção é fundamental para que nossas consultoras e revendedoras continuem obtendo renda com sua atividade, especialmente neste momento de crise”, diz comunicado da companhia.

EUA: Nike e GAP fabricam máscaras

A Nike anunciou que vai fabricar equipamentos de proteção, como máscaras para apoiar médicos e enfermeiros no estado de Oregon (EUA). Dias antes, a marca já havia anunciado o fechamento temporário de sua rede de lojas. Já a Gap Inc. deve fabricar máscaras para ajudar nos esforços contra o avanço da pandemia na Califórnia (EUA).


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