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TikTok é máquina de viralização que marcas buscam entender como funciona

TikTok está no hype e talvez você já tenha ouvido falar que:

  1. O aplicativo de vídeos curtos criado na China é sensação entre adolescentes e jovens pelo mundo e já se espalha pelo Brasil
  2. O app assumiu o primeiro lugar na lista dos mais baixados na AppStore e Play Store em agosto, desbancando WhatsApp, Instagram e YouTube;
  3. A plataforma é responsável por catapultar anônimos à fama da noite para o dia, possibilitando carreiras meteóricas para músicos e influencers; 
  4. A graça do app está nos diversos recursos de edição e efeitos de vídeos, além de uma vasta biblioteca de música, que dão material para as criações;
  5. Por trás desse fenômeno está uma inteligência artificial que captura micromovimentos e micro-reações da audiência para realizar entregas precisas.

Esses pontos já são mais do que suficientes para chamar a atenção das marcas. Só que muitas ainda não fazem ideia de como embarcar nessa nova rede que tem se mostrado hábil em gerar viralização atrás de viralização.

Tal poder de engajamento — totalmente apoiado em predição algorítmica — é o que nutre o avanço exponencial no número de usuários, que já superaram os 500 milhões globais. Não à toa, a startup ByteDance, a chinesa criadora do aplicativo, alcançou em dois anos o posto de mais valiosa do mundo, superando a Uber.

Entre para o #brandchallenge

Você quer fazer parte da conversa. Mas, primeiro de tudo, saiba: não tem fórmula de sucesso para viralizar com o TikTok. Mesmo porque os recursos embarcados no app dão asas à criatividade de tal forma que a próxima nova sensação pode surgir de qualquer ideia.

“É uma fonte de diversidade e criação. Tem um significado grande na expressão e criatividade dos usuários”, disse Noel Nuez, country manager da plataforma para Espanha e América Latina, durante o evento IAB Insights Video & Content, em São Paulo.

O principal caminho para marcas atuarem na plataforma é entender que raios de linguagem é essa. Alguns comportamentos de massa, que foram apropriados de forma muito eficiente pelo app, dão algumas pistas de como é possível gerar assuntos ou se inserir neles.

Os chamados para desafios, até agora, são o principal exemplo. Os tais “challenges”, já conhecidos no YouTube e Facebook, que propõem brincadeiras em vídeo para serem replicadas pelo público, encontraram no TikTok uma plataforma ideal para se espalhar. O convite pode ser o de realizar um passo de dança ou dublar um trecho de áudio, ou qualquer outra ação. Se cair no gosto da galera, acaba sendo repetido pelas pessoas indefinidamente.

É uma plataforma em que pessoas de lugares mais remotos começam a se unir aos desafios de um jeito muito único e genuíno. Começaram a encontrar audiências com afinidade e hoje são criadores de conteúdo com contato com marcas que mudaram suas vidas completamente em um ano”, diz Noel.

Esse tipo de interação oferece às marcas possibilidades de transformar uma postagem patrocinada em uma tendência orgânica. Quando combinada com o patrocínio de influenciadores, podem ganhar o impulso necessário para a coisa acontecer.

A gravadora Sony soube fazer isso precisamente na campanha para divulgar a música “100 Bad Stories”, da banda AJR Brothers. Dois influenciadores no TikTok e dois no Instagram lançaram vídeos com cenas desastradas, convocando seus seguidores a replicar o desafio usando uma hashtag. A participação dava a chance aos criadores dos vídeos de ir a um meet & greet com os músicos em Londres. Os resultados podem ser vistos no estudo de caso da agência The Influencer Marketing Factory.

Áudio conduz narrativas

A plataforma é de vídeo, mas o áudio é o que parece ser um grande fio condutor das narrativas no TikTok. Talvez porque o app herde um certo DNA do seu precursor Musical.ly, o som tenha tanta importância na sua linguagem.

Tem um padrão que se encontra no Tik Tok que é o uso da música. A gente tem contratos com as diferentes gravadoras do mundo para que os usuários possam usar 15 segundos de qualquer música. O usuário muitas vezes procura e cria o conteúdo a partir da música”, afirma Noel.

Isso fica perceptível na ação de Sony e também em muitos outros conteúdos que viralizam. A mensagem que acaba sendo replicada pelas pessoas muitas vezes está apoiada num mesmo áudio. O que o público faz é criar suas versões em imagens para entrar na conversa. Sabendo disso, marcas têm um bom ponto de partida para bombar no TikTok.

 


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